URUCUM

O urucum é utilizado tradicionalmente pelos índios brasileiros (juntamente com o jenipapo, de coloração preta) e peruanos, como matéria-prima para tinturas vermelhas, usadas para os mais diversos fins, entre os quais protetor da pele contra o sol e contra picadas de insetos. A pintura do corpo também carrega o simbolismo de agradecimento aos deuses pelas colheitas, pela pesca ou pela saúde do povo. No Brasil, a tintura de urucu em pó é conhecida como colorau, sendo usada na culinária para realçar a cor dos alimentos. Esta espécie vegetal ainda é cultivada por suas belas flores e frutos atrativos. Afirma-se (carecendo de comprovação científica) que, ao passar urucu na pele, este penetra nos poros e, ao longo do tempo, a pele adquire uma tonalidade avermelhada constante e definitiva. Isso acontece pois os poros se entopem de urucu e não conseguem mais eliminá-lo.

O urucum é um produto nativo das Américas, que foi levado para Europa desde o século XVII, sendo mundialmente empregado como corante de diversos fins, principalmente na indústria alimentícia. Com o banimento do uso de corantes alimentícios artificiais na União Europeia, por supostos efeitos cancerígenos, o urucum passou a ser intensamente importado da América tropical e da África.

Nomes populares: urucu ou urucum. Em cultura lusófona, chama-se ainda açafroa e também colorau (forma imprópria, pois designa especificamente o condimento e o corante preparados à base de sementes trituradas, puras ou misturadas a outras). Em outras culturas, chama-se orleansstrauch (alemão), achiote ou onoto ou bijol (espanhol), rocou (francês), e achiote ou annato (inglês).

O urucu ou urucum é o fruto do urucuzeiro ou urucueiro, arvoreta da família das bixáceas, nativa na América tropical, que chega a atingir altura de até seis metros. Apresenta grandes folhas de cor verde-claro e flores rosadas com muitos estames. Seus frutos são cápsulas armadas por espinhos maleáveis, que se tornam vermelhas quando ficam maduras. Então se abrem e revelam pequenas sementes dispostas em série, de trinta a cinquenta por fruto, envoltas em arilo também vermelho.

Etimologia – “Urucu” e “urucum” originam-se do tupi transliterado uru’ku, que significa “vermelho”, numa referência à cor de seus frutos e sementes.